sexta-feira, 15 de abril de 2011

Do playground ao banco da praça...

A clientela de Terapia Ocupacional repete a filogênese... e vaí da Criança ao idoso. PORQUE A VIDA NÃO PRECISA DE LIMITES!

 
A distância que você consegue percorrer na vida depende da sua ternura para com os jovens, compaixão pelos idosos, solidariedade com os esforçados e tolerância para com os fracos e os fortes, porque chegará o dia em que você terá sido todos eles. (George Washington Carver).
 

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A HORA DA VISITA

Quando visitar um doente? Qual o melhor horário? Quanto tempo permanecer? Como proceder? Etc...
        A atividade de visitação é uma prática (práxis) muito importante, de valor cultural preservado principalmente pelas cidades do interior. Porém esta práxis  traz dúvidas a inúmeras pessoas, principalmente as novas gerações que vivenciam outras atividades sociais reveladas com o passar do tempo, diferente das práxis de nossos avós. Estes possuíam saberes valiosos, porém carregados de vícios que necessariamente não beneficiavam ao doente, principalmente no que tange a infecção X higiene.
        A visita é necessária e terapêutica, prioritariamente à família, que abalada com o momento incerto necessita do calor dos mais habilidosos na práxis da visitação, dos amigos e até mesmo dos curiosos que trazem consigo o bom humor e as notícias locais (diferente do assunto doença).
        Ao doente, por sua vez o visitante pode ser uma faca de dois gumes, há de se considerar horário de medicação; higiene (banhos, curativos); disseminação de infecção e aí devemos considerar que o visitante está com seu sistema imunológico em dia e o doente não; o que pode estar associado ainda com um quadro depressivo, o que faz-nos refletir sobre a privacidade do doente e a necessidade de estar com os seus queridos e até mesmo sozinho.
        Ao visitante cabem as dúvidas levantadas na introdução deste artigo, ou talvez ele nem as faça, na ânsia de cumprir um dever social.
         Portanto, nosso objetivo aqui é organizar critérios que esclareçam uma práxis consciente de visitação. Vamos estabelecer um paralelo à internação hospitalar: com freqüência elas ocorrem no período da tarde após os procedimentos de enfermaria e refeições habituais e período de descanso para o doente; o período de visita é pequeno e, portanto deve ser fracionado com os demais visitantes; o quarto do doente se resume em seu leito, e uma “acomodação” para o acompanhante, portanto o leito do doente é local sagrado; à noite o silêncio é precioso mais do que em qualquer hora do dia, e nem mesmo ao acompanhante, às vezes, é permitido penetrar nas fantasias do doente.
        Ao Terapeuta Ocupacional cabe então, entre outras funções, a de organizar esta  práxis em conjunto com a família adequando-a a realidade do doente, seja em ambiente hospitalar ou quando o médico ou a família ou ambos decidem por uma recuperação em ambiente familiar denominada internação domiciliar (HOME HEALTH CARE) que surgiu nos últimos anos, como alternativa segura e muito menos onerosa para o Sistema de Saúde e, principalmente, mais confortável para o paciente e seus familiares, reduzindo os altos índices de infecção hospitalar.  Em que o direito de ser cuidado com o carinho dos seus, é respeitado ao doente.
Podemos então, estabelecer regras básicas para a visitação:
01 - Vá visitar de acordo com sua afinidade com a família e o doente, com o objetivo de acalentar aquele que lhe é caro;
02 - Procure se orientar em relação ao melhor horário para sua estada de acordo com os procedimentos de rotina do doente. Uma boa dica é se informar com alguém que tenha visitado ou telefonar antes;
03 - Procure conversar assuntos diversos em relação à rotina da cidade, de caráter positivo, de elevação moral/espiritual, evitando dar notícias de mortes, doenças, acidentes, etc;
04 - Evite conversar no assunto da doença principalmente se o domínio do assunto for limitado e não for esclarecer o doente e a família, gerando possível pânico e indisposição. (Todo mundo tem “aquela” receita milagrosa, você já ouviu falar que: de médico e de louco todo mundo tem um pouco!);
05 - Evite testar o grau de consciência do doente, com frases do tipo: Adivinhe quem é? Você sabe quem eu sou? Ou subestimá-lo com coitadinho! Ou ainda com frases obvias do tipo: É o nosso fim mesmo!
06 - Evite sentar na cama do doente, sua roupa pode ser fonte de disseminação cruzada (infecção levada ao doente por outras pessoas);
07 - A demora junto ao paciente também facilita a disseminação através das vias respiratórias e da saliva e, portanto deve ser evitada conversa prolongada junto ao leito, de acordo com o diagnóstico e gravidade do doente;
08 - Após a visita mantenha o contato com a família e mantenha o apoio de acordo com a solicitação da mesma.
        Visitar pode se tornar algo organizado e bem orientado, atendendo às reais necessidades do doente e da família e em alguns casos o visitante além de consolar pode ser o consolado.